Era uma tal de Clarice por todos os cantos... Nem a personagem Virgínia me impressionou. Falta de sensibilidade? Talvez
Deixando a febre ichaessiana de lado, resolvi arriscar às escrituras de Fiodór, russo, nato e mestre. Fui, como quem deseja encontrar prosas mais do que românticas, e com uma sede seca de leitor que caça por notas que expressem muito mais do que ideogramas.
Quando conheci Natalia Vasilevna,ela já havia morrido, e seu eterno marido não a deixava descansar em seu túmulo, nele ela virava e se revirava, até sua filha Lisa se mudar para o lado da mãe - metaforando uma imensa tragédia. Tudo era tão polifônico, todas as vozes, dos mortos e dos vivos, coexistiam. Sem herói, sem mocinho, tanto Veltchaninov como Pavlovitch, tanto Raskólinikov e os outros tantos kovs tinham o pleno direito de argumentarem suas vozes em pé de igualdade. Por causa dessas vozes a sociedade era mais perceptível, os pontos de vista eram mais claros, e eu finalmente conseguia tolerar os roncos da companheira de quarto.Foram por esses e outros motivos que desisti das psicanaliticas obras de Clarice; tudo isso era demasiado forte para mim. Não teria a mínima competência neuropsicológica.
Excesso de sensibilidade?
Talvez...
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