quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Machistinha

As mulheres crescem, reproduzem e morrem. Os homens crescem não carregam um feto por nove meses e também morrem. A piada era devassa e machista, a mulher como sempre, frágil e cheirando a alho e cebola...
Eu nem tapei os ouvidos, fui até o fim, mesmo me corroendo por dentro,afinal de contas uns minutos atrás criticava toda opinião extrema e radical. Mas eu tentava em minha cabeça, enquanto ele narrava a piada, imaginar o inventor da piada, o brilhante, o digníssmo! Deveria ser um homossexual inrustido, é importante ressaltar que eu não tenho absolutamente nada contra gays, pelo contrário, mas aqueles que tem inveja de mulher eu morro , morro de ódio. Como assim? Uma mulher serve apenas para cozinhar e fazer sexo oral?
Ora, que tolice. Vamos a piada a fim de que seja mortificada a curiosidade do leitor:
Era uma vez um homem casado, daqueles casamentos cheio de rotinas e costumes. Mas a mulher estava furiosa, porque o marido havia chegado bêbado e bem tarde em casa. Ela resolveu castigar o homem. Como? Greve de sexo!
Mas certo dia o homem, que passeava distraído pelos arredores motelísticos da cidade leu uma placa que dizia " Vende-se sapos que fazem o melhor sexo oral do mundo, melhor do que de qualquer mulher". O homem em sua abstinência forçada, resolveu experimentar o sapo.
Nem sei quanto ele pagou, mas como esse homem não deveria ser dos mais inteligentes, com certeza comprou o sapo e o levou para casa. A mulher abre a porta do quarto e encontra o homem com o sapo no ombro e um caderno de receitas culinárias na mão. O homem vira para a mulher e diz: O dia que ele aprender a cozinhar, você perde seu posto mulher!
Por hora me deixei levar pelo riso, riso da mulher, riso do homem , mas acima de tudo a maior graça pertence ao sapo. Por que um sapo e não uma rã? Mas é claro que o autor é gay, uma vez que substituiu a figura feminina por um animal macho. A rã seria bem mais adequada.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cotidiano

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida prá levar
E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde, como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca prá beijar
E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz prá eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
Me aperta prá eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

C.Buarque

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Oração da calamidade

Senhor, tende misericórdia das minhas fraudes, das minhas preguiças, dos meus ócios e de minhas virtudes.
Acolha as almas que estão fartas de dores, alivie a dor dos olhos pobres e empoeirados e acima de tudo faça com que eles- Os que tem medo, os que choram demasiadamente sem motivos claros- sejam beneficiados com o vento...Escolha pessoas ousadas para preencher o seu reino, porque de pessoas reprimidas e bem discretas o inferno deve estar transbordando.

Deus, faça com que os pais de família ao voltarem de seus trabalhos, quando honestos, encontrem suas esposas cheirando a jasmim e seus filhos fazendo o dever de casa. Perdoe as minhas audácias, a minha língua felina, esse pedacinho que tanta vezes entristece e corrói a minh'alma desgastada pelo pavor e desconfiança. Me dê um ar puro todos os dias, que é pra eu não morrer de câncer nos pulmões. Permita-me entender as minhas origens e conhecer as pessoas más, e ser amiga das boas, que é pra eu não ficar pior... Me ame todos os dias, que é pra eu ter amor pelos que em vão me odeiam...

Proteja meu irmão, da pedofilia, do tráfico de drogas e de armas, dos aproveitadores e oportunistas no sentido cruel. Me dê motivos para prosseguir, para caminhar, para lutar e até mesmo para perder e vencer. Faça-me ser clara como a luz, quente como o sol, e simples como a pedra. Quero mais três amigos esse ano e a inspiração de cada dia que é pra eu poder sentir...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Universidade Cirsence

E quem foi que disse, ou deixou o dito pelo não dito, que voto é uma questão de democracia:


do Gr. demokratías. f.,
sistema político fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, e no princípio da distribuição equitativa do poder; país em que existe um governo democrático;governo da maioria; sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.*

Partindo de um suposto pré suposto não faz sentido exigirmos que todos os estudantes universitários sejam engajados, uma vez que o conceito de indivíduo engajado também tem sido bastante contraditório nos meus últimos poucos,porém fartos, dias dentro desse planeta chamado UFOP. Os "engajados" são segundo a massa universitária, extraterrestres, pois vivem em um mundo muito diferente do real( mas o que é mundo real mesmo?),vivem contra o próprio governo que os beneficia.



Quando me mudei para o lado de cá, para essas terras antigas e históricas, achava que leria livros pela boca das pessoas, no entanto não li, o que li foi por mim mesma, nos fins de semana mais eruditos. Mas achava também que eu mesma os lendo, teria com quem partilhar de minhas leituras sórdidas. Não aconteceu nada disso, comecei foi a entender um ser humano, na sua condição mais livre e mais presa ao mesmo tempo, a condição de deixar seu lar, suas origens e até mesmo seu berço( quando infelizmente não tem espaço para ele em algumas repúblicas estudantis). Então começamos a aprender aquilo que chamamos de convivência... Digo que somos livres nessa condição porque não temos mais horário para chegar em casa, podemos facilmente trocar arroz e feijão por doritos e coca-cola ( gosto capitalista esse meu, não?), podemos deixar por dias uma toalha molhada na cabeçeira da cama ficando sem tomar banho. Mas ao mesmo tempo temos que dar um retorno, não só aos pais que são nossos mantendedores, como também a sociedade, que com seus impostos sustentam nossas universidades públicas, então leremos os textos ( destinado aos que estudam disciplinas da humanidade), pagaremos com o mesmo dinheiro o pãozinho e o miojo de cada dia, os xerox três centavos mais barato que nas papelarias, o cigarro ( é impressionante como esse povo fuma!), a cervejinha, que eu particularmente não gosto, e até mesmo as vódicas baratas usadas na famosa preparação do batidão, pode ser com tangue, fresh-mas com esse você gasta açúçar- ou o suco Vilma mesmo porque rende mais. É preciso fazer minunciosos cálculos para comprar tudo isso durante o mês. Você se prende aos amigos, vixi, como se prende, é "me empresta um real daqui, dois reias de cá, amanhã eu te pago bicho..." E ninguém passa fome no final. Mas o retorno nunca morre.


Cheguei a conclusão que, em nossa sociedade linda e capitalista, todas, mas todas mesmas, as relações entre os seres vivos são relações de troca, até mesmo do cão e do dono, e assim os universitários perdem o chão quando se deparam com uma realidade tão proporcional aos seus próprios e respectivos quadris. E ainda temos aqueles que como o personagem Kiko do programa do Chaves, olham somente para o próprio umbigo e sempre perdem suas origens pelas boêmias ouro pretanas e marianenses, nem que seja somente por uma noite. Mas o retorno, aquele anjinho do lado direito da nossa cabeça pede para lutarmos, agirmos com bravura e disciplina!
É mesmo uma pena, que nem todos universitários federais sejam da classe menos favorecida, porque se fosse iríamos mesmo mudar o Brasil.




*Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um novo "eu", é isso que eu entendi.

Ele, um menino que eu nunca via, nem nos dias de chuvas, nem no dia de sol...
A quem sempre fiz referência a um ser dotado de sistemas( falo no sentido sistemático) , que nunca comparecia aos concertos de nosso contemporâneo "amigo" pianista, me levou a liberdade virtualmente, me mostrou mais uma possibilidade, uma probabilidade de verdade.
Foi naquela madrugada péssima, de um péssimo gosto habitual, que veio a luz, a luz do começo de um túnel povoado de mentes e corações.

Tive a impressão de conseguir por um instante, tocar na ponta dos pés descalvados de uma liberdade desconhecida- não havia nela nenhum ligamento com troços químicos, naturais ou daquele tipo de coisa que a sociedade familiar chama de " rebeldia ou vícios- Mas também não se tratava de acordos e sanções impostas por um Cristo ou por um deus, nem um santo, nenhum demônio, nenhum missionário que percorre os países mais baixos em busca de "almas", como se elas pudessem ser alimentadas.


Se tratava de algo puramente individual, colossal e lógico. Percebemos o quanto e vão prendermos nossos amores, o quanto é inverossímil sustentar com paixões as nossas vaidades, puxarmos o tapete dos mais fracos e não adianta se conformar, não adianta cortar os pulsos, não adianta aplaudir Baraka Obama, nem tomar banhos de pipoca nos terreiros, não vale a pena discutir com os simpáticos e efusivos.

Vale a pena enxergar que nós não somos o que pensamos, o que fazemos, o que comemos, o que falamos, o que pregamos, o que cometemos, o que vestimos, o que sabemos e até mesmo o que tentamos... Não somos a nostalgia , não nos movemos de esperança. As tantas verdades corroem, cada uma com seus respectivos manipulados. É preciso amor, compaixão e solidariedade, que não é construída, hereditária ou empírica, é algo inato de nosso ser, se possuímos, possuímos, quando não nascemos com ela, o que resta (aos desconcentrados) é observar e nada mais.

Contribuição: X

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Das cores, só sei mesmo o nome.

Das cores só sei o nome.
Não sei de seus sentidos,
Não sei de seus significados,
muito menos de suas emoções...