quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Universidade Cirsence

E quem foi que disse, ou deixou o dito pelo não dito, que voto é uma questão de democracia:


do Gr. demokratías. f.,
sistema político fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, e no princípio da distribuição equitativa do poder; país em que existe um governo democrático;governo da maioria; sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.*

Partindo de um suposto pré suposto não faz sentido exigirmos que todos os estudantes universitários sejam engajados, uma vez que o conceito de indivíduo engajado também tem sido bastante contraditório nos meus últimos poucos,porém fartos, dias dentro desse planeta chamado UFOP. Os "engajados" são segundo a massa universitária, extraterrestres, pois vivem em um mundo muito diferente do real( mas o que é mundo real mesmo?),vivem contra o próprio governo que os beneficia.



Quando me mudei para o lado de cá, para essas terras antigas e históricas, achava que leria livros pela boca das pessoas, no entanto não li, o que li foi por mim mesma, nos fins de semana mais eruditos. Mas achava também que eu mesma os lendo, teria com quem partilhar de minhas leituras sórdidas. Não aconteceu nada disso, comecei foi a entender um ser humano, na sua condição mais livre e mais presa ao mesmo tempo, a condição de deixar seu lar, suas origens e até mesmo seu berço( quando infelizmente não tem espaço para ele em algumas repúblicas estudantis). Então começamos a aprender aquilo que chamamos de convivência... Digo que somos livres nessa condição porque não temos mais horário para chegar em casa, podemos facilmente trocar arroz e feijão por doritos e coca-cola ( gosto capitalista esse meu, não?), podemos deixar por dias uma toalha molhada na cabeçeira da cama ficando sem tomar banho. Mas ao mesmo tempo temos que dar um retorno, não só aos pais que são nossos mantendedores, como também a sociedade, que com seus impostos sustentam nossas universidades públicas, então leremos os textos ( destinado aos que estudam disciplinas da humanidade), pagaremos com o mesmo dinheiro o pãozinho e o miojo de cada dia, os xerox três centavos mais barato que nas papelarias, o cigarro ( é impressionante como esse povo fuma!), a cervejinha, que eu particularmente não gosto, e até mesmo as vódicas baratas usadas na famosa preparação do batidão, pode ser com tangue, fresh-mas com esse você gasta açúçar- ou o suco Vilma mesmo porque rende mais. É preciso fazer minunciosos cálculos para comprar tudo isso durante o mês. Você se prende aos amigos, vixi, como se prende, é "me empresta um real daqui, dois reias de cá, amanhã eu te pago bicho..." E ninguém passa fome no final. Mas o retorno nunca morre.


Cheguei a conclusão que, em nossa sociedade linda e capitalista, todas, mas todas mesmas, as relações entre os seres vivos são relações de troca, até mesmo do cão e do dono, e assim os universitários perdem o chão quando se deparam com uma realidade tão proporcional aos seus próprios e respectivos quadris. E ainda temos aqueles que como o personagem Kiko do programa do Chaves, olham somente para o próprio umbigo e sempre perdem suas origens pelas boêmias ouro pretanas e marianenses, nem que seja somente por uma noite. Mas o retorno, aquele anjinho do lado direito da nossa cabeça pede para lutarmos, agirmos com bravura e disciplina!
É mesmo uma pena, que nem todos universitários federais sejam da classe menos favorecida, porque se fosse iríamos mesmo mudar o Brasil.




*Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

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