quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Às bordas da Literatura Comparada

São fontes, que eles bebem e se deliciam, dilatam suas pupilas diante daquele cânone maravilhoso e se aproveitam da putrefação desse último. Era de se esperar, a final de contas, a maioria desses bêbados e dissimulados são ateus e não podem temer nenhuma façanha.

Enquanto uns bebem descaradamente, outros -mais autênticos-preferem remeter essa bebedância a um ato moderno, que promove uma bênção ao cânone, tirando-o da penumbra e levando-o à luz da modernidade e do (re)conhecimento. Isso é Luis Borges ! É desvairo pensar que podemos criar um novo, visto ser tão comum esse plano das ideias platónico e aristotélico. Eu fico com todas as opções de canalhice e modernidade. Abraço a subjetividade, e não mais atento a isso, apelo para o que há de melhor nessa literatura, consumo todos, como todos e bebo de todos os possíveis cálices para me alimentar. É inacreditável que a certa altura do campeonato desconsideramos a antropofagia de Oswald, meu deus! Isso é Brasil, que foi colônia de Portugual, descoberto por homens índios, em certa distância podemos ver a Europa como centro da cultura e da arte, ouso dizer mais, como ponto de partida e referência até! Em que medida um plágio ou adaptação de um escritor mais recente a um mais velho, pode ser considerado dívida (externa), ou seria o contrário?

O poeta mais novo e da colônia-olhemos sobre Álvares de Azevedo e Lord Byron-, pode levar seu cânone a um maior reconhecimento, ou representação quando recria um personagem. Olhemos também o caso de Madame Bovary e O Primo Basílio que são tão parecidos, tão endividados, eu diria... O veneno da moralidade acaba por matar ambos protagonistas desses romances.o que é justo e belo aos olhos da burguesia medíocre. Plágio talvez, não seria "ato cometido" por incompetentes ou inferiores, mas uma competência daqueles que superam o cânone e o acrescentam mais ainda.

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